Friday, February 10, 2006

Murnau

Este, na verdade, é o segundo texto de comentários sobre algumas referências do meu poema da "redenção". O primeiro é o do Ezra Pound, logo abaixo. Ambos deveriam aparecer depois do poema e não antes, mas como não sei se dá para trocar a ordem e também não tenho tempo nem paciência para tentar... então foda-se, vai assim mesmo... Só queria justificar o motivo do "Fausto" ser uma revisitação de "Murnau" e não do "Goethe", que é o autor real da história. A resposta é simples... é que, na verdade, não li o livro e fiz minha versão abrasileirada com base na primeira adaptação para filme (que eu saiba), dos anos 20. Não que eu seja cinéfilo (qualquer um que assistiu uma centena de filmes sabe mais que eu), mas tenho uma certa simpatia por filmes alemães do começo do século passado. E Murnau era foda. Acho que o filme, como um todo, tem algumas partes até meio maçantes, principalmente quando Mefisto seduz uma mulher. Talvez nos anos 20 isso parecesse mais interessante, mas hoje fica monótono. Por outro lado, logo no começo, a cena do Mefisto e todo o mal descendo sobre a terra, é linda. Como alguém conseguia filmar algo tão convincente nos anos 20? Quem assistiu sabe...Procurei manter ao menos um pouco da estrutura do filme, principalmente no final que, por ser mudo, dá uma grande ênfase para a palavra "AMOR" escrita, ocupando quase toda a tela. Uma curiosidade: para o papel de "Gretchen" foi cogitado o nome de Leni Riefenstahl, que acabou não sendo aceita. Anos depois, quando Murnau foi cogitado para ter a "honra" de ser o cineasta oficial do partido nazista e acabou não sendo,quem acabou aceitando foi a própria Leni Riefenstahl... Mas aí já é outra história... Outra fonte legal é a trilha sonora, de uma banda alemã (ou belga?) de rock-in-opposition chamada Art Zoyd. Para quem não sabe, rock-in-opposition é uma vertente mais radical, anárquica e politizada do rock progressivo. É uma pena, mas a tal trilha não foi usada para a versão nacional do filme em DVD. A trilha sonora da versão brasileira é bem mais sem graça.... (no fun, my baby, no fun... no fun to be alone, walking by myself...). Bem, deixando o Iggy Pop de lado...Pois é, o filme é bem legal, desde que quem assiste não tenha nada contra filmes mudos em preto-e-branco. Não gosta? Então tá, né? Fazer o q, né?