Sunday, January 21, 2007

CONCEPÇÃO

...e aquela coisa pequenina, invisível, imperceptível, se movimenta. Entre milhares e milhares de outras. Está lá. Apenas parece que não existe, mas está lá, apenas aguardando algum estímulo emocional. Então renasce e surge, minúscula, entre milhares, à espera de maturação e desenvolvimento. Pouco importa se houve sexo na noite anterior. Apenas para referência e para dar veracidade à descrição: não. Não houve sexo. No muito, apenas um pouco de libido, na companhia indefectível da Laura Angel em um bom filme de sacanagem. Mas está lá, pequenina, imperceptível, dando origem ao todo, como um daqueles três pontinhos no começo deste texto. E percorre o sangue, as veias, o cérebro, procura espaços e saídas, veloz e astuta, lenta e íntegra... sem contradições, como uma boa coisa que é completa apenas pelo fato de admitir adjetivos múltiplos e antagônicos. Sem radicalismos, sem oposições... apenas íntegra e desfalcada de preconceitos. Há muitas, mas apenas uma ganhará vida, em uma manhã chuvosa de domingo. Mas é preciso tempo, crescimento, se desenvolver. Tomar forma e conteúdo. Alimento. É preciso ar e espaço, conforto e um pouco de carinho não faria mal nenhum (carinho nunca faz mal mesmo, né?). Cada nanomilésimo de segundo é essencial para que viva, uma vez que a própria vida é uma coleção incomparável de incontáveis nanomilésimos de segundos. Cada segundo (24 hour party, people), cada milímetro (21 gramas) e sua alma adquire forma e consistência para que a vida se preencha um pouco mais, apenas pela consciência de que algo novo se formou e existe. A renovação da vida, sem comemoração ou vinho. Apenas o brinde natural feito de coisas naturais que sustentam a existência de cada minuto. - Venha... diz uma voz que vem distante, da voz presente das pessoas que nos cercam e das vozes ancestrais que apenas observam, com a sabedoria secular de quem é pó e é vida ao mesmo tempo. E essa coisa pequenina responde ao chamado da vida e dele se sustenta e cresce, feliz, como alguém que sabe que é aguardado e celebrado, que alguém já o ama e se enaltece, apenas pelo fato de ter-lhe proporcionado a vida. E essa coisa vem, já não tão pequenina e já perceptível, já ocupando espaços e demandando tempo e atenção, cobrando cuidados de quem a ela deu início. Vem, ingênua e confiante. Inocente. E você...sim, você mesmo...Por favor, não diga a ela que encontrará detratores e inimigos, inveja e oposição. Não diga a ela, muito menos, que errará sem perceber e que seus inimigos muitas vezes têm razão. Tudo tem seu tempo. Deixe que ela mesma descubra, quando chegar o momento certo. E o certo, agora, é o de um momento puro, sem interesses ou malícias. Deste final que é apenas um começo. Quando o que surge é entregue ao mundo deixa de ser nosso e se torna objeto da conveniência alheia. E aquela coisa chega, inocentemente madura. Como o que ganha vida após o tempo da concepção.
E ENTÃO, A IDÉIA FINALMENTE NASCE....
E o texto respira pela primeira vez.
E grita, apenas para mostrar que está completo e já está vivo:


buaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa


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