Sunday, April 03, 2011

COÇA MINHAS COSTAS

Scratch my back-Peter Gabriel

Há alguns meses pensei em escrever algo sobre o disco "Scratch my back", do Peter Gabriel, de 2010. Alguém pode perguntar: "O que tem de interessante em disco "novo" de ex-vocalista de banda de rock progressivo dos anos 70?" Pois é....pois é......o que pode ter de interessante? O pior é que tem. Primeiro: é um disco de covers, coisa muito rara no estilo. Me lembro apenas de um, do Fish, que, no
fundo, não passa de um imitador confesso do....Peter Gabriel. O disco, inclusive, tem cover do próprio Gabriel, óbvio, da época do Genesis.. Pois é...agora é o próprio Gabriel gravando um disco de covers. Mas aqui, a coisa é diferente. O que chama a atenção de cara: a escolha das músicas. Ao contrário do disco do Fish, aqui não tem nada de regravação de músicas do Yes, Genesis ou Pink Floyd. Nada disso. Além do triumvirato do bom gosto (Bowie, Lou Reed e Neil Young, podendo qualquer um deles podendo ser trocado pelo Bob Dylan, ao gosto do freguês), algumas coisas inusitadas que preenchem o disco: Regina Specktor, Talking Heads, Radiohead, Elbow e Arcade Fire. Quem poderia imaginar um vocalista de progressivo dos anos 70 regravando Arcade Fire?
E o mais interessantes é que, em alguns casos, como nesta "My body is a cage", a versão de Gabriel consegue ser até mais interessante que o original (não é o caso, claro, de Heroes, do Bowie). Segundo: todas as músicas são gravadas apenas com voz e orquestra, sem banda. O disco pode parecer um pouco cansativo, para quem quer escutar apenas um bom disco de rock, mas nem tanto para quem quer ouvir, acima de tudo, boa música, sem rótulos. E nesse quesito, acho que Peter Gabriel é quase uma unanimidade. Por mais que leia a respeito, não lembro, nunca, de ter lido críticas negativas a seu respeito, em qualquer época, em nenhum lugar. Quando não quer gravar, não grava. Quando grava, faz algo novo. Voltando à escolha das músicas....o que considero mais inusitado: Magnetic Fields. Quase não conheço quem conheça essa banda,que, por sinal, é muito bacana. Muito menos imaginar o Peter Gabriel ouvindo e, pior, gravando,
música do Magnetic Fields. E já que
o papo é música e música prog, dos
anos 60 e 70, acaba de ser lançado um
livro muito bacana,chamado "Rock
raro", que podia, muito bem, também
se chamar: "Vinil raro"A idéia:

Gota suspensa ou "Metrô"
resenhas de mais bandas completamente obscuras dos anos 60 e 70.
Somente coisas que a maioria das pessoas nunca ouviu falar e nem eu, nem você.
A idéia: dar uma noção do que são esses discos, para que os interessados possam correr atrás. Bem bacana. E para quem já tem interesse no assunto, nada mais legal do que encontrar, no meio daquele monte de coisas bizarras, essa ou aquela que você já gosta e tem. A idéia me faz pensar em uma outra versão: um livro somente com bandas com nomes bizarros. E haja tosquice na coi
sa: que tal o disco novo do Samla Mammas Manna (que, no decorrer dos anos, trocou o nome várias vezes, por exemplo, para Zamla Mammas Manna e Von Zamla, entre outros) ? E essas: Gnidroloc, Ordo Equitum Solis, Cherche Lune, Mellonta Tauta, etc..Só na Itália: Loccanda Dela Fate, Banco del Mutuo Socorso, Museo Rosenbach e Premiata Forneria Marconi (traduzindo: a Premiada PADARIA do Marconi. Que porra é isso?). E essa: Bersuit Vergarabat.....Ai alguém pode dizer: "Ahhh, mas isso é alguma banda entranha de algum país estranho do leste europeu!!!". Nada.....É daqui, pertinho, dos nossos hermanos argentinos. Aliás, essa banda tem uma música muito legal, tipo o "hit" dos caras, que chegou a passar inclusive na MTV brasileira, durante uns tempos, chamada "Sr. Cobranza", na qual, delicadamente, chamam o então presidente da Argentina, Carlos Menem, de "narcotraficante filho da puta". Singelo!!!!!!
Mas não é só banca obscura. O que dizer de "Smashing Pumpkins" ou "Kid Abelha e os Abóboras selvagens" ? E já que chegamos ao Brasil, que tal ouvir um disco ou ir a um show da banda "Recordando o vale das maçãs" ? Ou da "Gota suspensa" ? Que porra é isso? Pois é...quem tem mais de 30 certamente já ouviu essa banda e não sabe. Tiveram bom senso, mudaram o nome e fizeram muito sucesso, nos anos 80, com um nome muito mais simples: "Metrô", com aquela
vocalista, a Virginie, que, na época, disputava com a Paula Toller o título de "princesinha" do rock brazuca. Ahhh, e pra não ficar nos progs italianos, para provar que nome tosco não tem preconceito e está em todo lugar, vamos para o extremo oposto do prog: o punk. E lá vai......que tal chegar numa loja (embora ninguém mais faça isso) e pedir um disco do "Circle Jerks"? Nada demais, enquanto não parar para pensar que o nome significa algo como "Confraria dos punheteiros". E o MDC ? Não...MDC não significa Mirandaia, Dráusio e Camargo, nem Máximo Divisor Comum. Mas bem que poderia, uma vez que, a cada disco, a sigla significava um nome diferente. Então você podia procurar o disco do Million Death Cops...ou do Million of Death Childrens, Multi Death Corporations ou Million of Damn Christians.
Bom...é isso. E deixando de lado esse papo de bandas com nomes estranhos, que ninguém conhece, que tal irmos hoje em um show grátis do.....
?

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