Etéreo

E já que estou inspirado para falar em estilos musicais, apenas falar em jazz, progressivo e glam rock não me satisfaz. Tenho ouvido muito dois estilos não muito difundidos e, ainda assim, infelizmente,mal classificados, sendo taxados simplistamente de "góticos", mesmo não tendo nada a ver com Sisters of Mercy, Bauhaus, The Cure, Joy Division ou Siouxsie e the Banshees.
Estou falando das bandas de música "éterea" ou de "neo-clássico" (há diferenças).
Nestes estilos, o que predomina é a utilização de instrumentos clássicos ou medievais, como violinos, cellos, violas, geralmente com vocais femininos ou simplesmente sem vocais. Nada de guitarra, baixo ou bateria. Me recordo de uma resenha muita antiga, da nostálgica revista Bizz, ao divulgar o primeiro disco de uma das mais antigas bandas "étereas", a francesa Collection Darnell-Andréa: "Isso é bom. Mas...definitivamente, não é rock".
Particularmente, acho que as principais diferenças entre "étereo" e "neo-clássico" é que o primeiro ainda faz algumas concessões ao pop, ao utilizar mais vocais e, em alguns casos, instrumentos eletrônicos, como as bandas Chandeen e Love Spirals Downwards. A última chegou até a lançar discos com músicas dançantes, próximas ao techno. Já o neo-clássico é basicamente instrumental e nada, nada dançante, chegando a soar fúnebre, em alguns casos.
Os dois gêneros chegaram a se popularizar relativamente em meados dos anos 80, principalmente graças a gravadora inglesa 4AD, que lançou algumas bandas etéreas mais conhecidas, como o Cocteau Twins, o This Mortal Coil e Dead Can Dance. Talvez a alcunha gótica tenha prevalido por causa da época (um dia foi chic ser gótico) e pelo fato da gravadora ter obtido maior reconhecimento ao lançar o primeiro disco do Bauhaus (inegavelmente gótica).
Independente de épocas e estilos, a música é atemporal e deve perdurar, se for boa. tualmente,

Embora estas bandas tenham se tornado conhecidas a partir dos anos 80, uma banda italiana, chamada Jacula, já fazia este tipo de som nos anos 60 (acabaram rotulados de progressivos nos anos 70, embora o som não tivesse absolutamente nada a ver com isto). Em "Tardo Pede in Magiam Versus", de 1969, o Jacula já fazia música "espiritual" como denominavam, basicamente com flautas, violinos, baixo algumas vezes e, principalmente órgão de tubo, aqueles que só existem em igrejas e podemos ver em São Paulo, na Catedral da Sé. A banda chegou ao cúmulo de possuir em sua formação nada menos que......um médium... Imagina ...... os caras tocando e descendo espírito no maluco.... O pior ..... o motivo do fim da banda...... o médium MORREU !!!!!! A pergunta...em quem ele iria incorporar? O mentor da banda, Antonio Bartocetti (provavelmente com o "cu na mão") resolveu formar uma outra banda, só um poquinho mais certinha.,..o Antonius Rex... Porém, justamente em 2011, apenas 40 anos após o fim do Jacula, o 'esquisito" (mas que não deixo de ouvir) Bartocetti reaparece com um novo disco do Jacula (esse aí de cima).
Mas para encerrar, apenas

Pois bem ..., em termos do que considero etéreo, alguns bons exemplos que me vêm à cabeça no momento são o Black Tape for a Blue Girl (EUA), Love is Colder Than Death (UK), Mellonta Tauta (Argentina), Jaramar (México - e ainda mistura tudo com folclore local), Ordo Equitum Solis (itália, muito influenciado por Jacula), Dark Santuary (sei lá), Glimmer Void (Grécia), Moon and Nightspirit (Portugal), Echodalia (Espanha), Sorrow (Inglaterra), Individual Industry (Brasil, meio eletrônico) e Narsilion (não sei de onde), além das já citadas e mais famosas Cocteau Twins, Dead Can Dance e This Mortal Coil).
Ainda, em termo de néo-classico: Stoa (Alemanha), Anchorage (Alemanha), Artésia (França), Arcana (Suécia), Experos (Portugal), Black Rose (Alemanha), Cherche Lune (França), entre