Ácido Ameno

Saturday, December 30, 2006

X-men - mutantes


Às vezes tenho a impressão de que tudo na vida (na minha, pelo menos) é perpetrado de música. No início...no fim, ou em sua execução. Não sei se isso é bom ou ruim, mas é fato, e com o texto que segue não será diferente. Surgiu assistindo a um show-documentário recente sobre o Neil Young (deve ser bacana ter um nome que remete a algo como "novo jovem-new young", embora ele já não seja tão jovem assim). Impressionado com a capacidade do "jovem new" de transformar fatos da sua vida pessoal e da sua rotina em canções sensíveis e belas, pensei no princípio das transformações. De que nada se perde, tudo se transforma. Não falo em mudanças físicas, radicais, alquímicas, de um ser que se transforma em outro, como nas Metamorfoses de Ovídio, mas na reação de causa e efeito, na durabilidade das coisas. Jovens imaturos e homens de coração duro enaltecem a destruição. Como se fosse possível apagar uma coisa sem deixar sequelas. Como contestação ou por ambição, não importa. A destruição gera frutos e sementes, boas ou ruins, geralmente ruins. As boas surgem das transformações (no sentido de evolução) ou da criação. Reconstruções...só em último caso, pois são frutos da destruição, que deixa mágoas,rancores ou raivas, que são sementes ruins...
Sentimentos não morrem, se transformam. Eu, pelo menos, acredito nisto. As lembranças não os deixam morrer. Não ao todo. Acredito que as coisas mudam, mas continuam...eternamente, e nisto a natureza é muito mais sábia que nós. A merda dos animais vira esterco. A nossa não. A carcaça dos animais vira adubo. A nossa não. Até nisso somos egoístas. Mesmo depois de mortos somos enterrados em caixões, para continuarmos sendo donos de nós mesmos e ninguém se aproveite da gente. Pena que os vermes não sabem disso. Ou somos queimados e viramos pó e, mesmo espalhados, nada se aproveita. Mas, ao menos o que fomos, ao contrário do pó físico, permanece vivo e se transforma, quando se espalha através da lembrança. E dessa forma não morremos...mudamos. "Mas nada será como antes, pois somos todos mutantes...". Sei lá se é assim a música do Caetano mas, como já disse, comigo tudo começa ou termina com música. Ou ambos. O velho Veloso e o novo Young se encontram, quando escrevo isso apenas para transformar em palavras a memória que tenho dos amigos que já morreram.



P.s - Um eu não sei se já foi, mas me falaram que sim e tenho sonhado muito com ele doente.

Friday, December 08, 2006

All Pigs Must Die

O que é a capa deste cd do Death in June ?












O Douglas P. acaba de inventar o Terrorismo "fofo"
All pigs must die...

Dá-lhe, Douglas...

Monday, December 04, 2006

GEOENGENHARIA

"O homem é o lobo do homem", como já dizia o filósofo inglês Tomás Hobbes, ou "O inferno é aqui", como diria "sei lá quem". Sei lá... (eu e minhas reticências, como disse uma vez minha amiga Rosa. Se pudesse, patenteava o uso das reticências e do "sei lá", assim como a Microsoft tentou patentear o uso do duplo clique do mouse). Enfim... se o inferno não é aqui, logo mais poderá se tornar. Literalmente. Para salvar o mundo. "Calma, eu explico...". Não, não é que o capeta e Saddam Hussein estejam chegando e o Kenny do South Park vai precisar salvar o mundo. Não é isso.
Bem, como todos sabem, o ar do inferno cheira a enxofre, pela presença de satã. Pois bem... que o mundo está se tornando um inferno quente não há dúvidas, por causa do aquecimento global, o rombo da camada de ozônio e o descongelamento polar. A novidade é o surgimento de uma nova ciência,a Geoengenharia, composta de cientistas dispostos a salvar o homem de si mesmo (o lobo do lobo). Entre as possíveis soluções encontradas estão a fertilização de ferro sob o oceano e o incremento na quantidade de vermes que consomem gás carbônico. Quem não acreditar em mim, que leia a edição de dezembro da revista mais legal do mundo, a Wired...

Pois bem...mais radical que estas medidas é a sugestão de um tal de Paul Crutzen, ganhador do Nobel de Química de 1995: saturar a estratosfera de enxofre. Segundo ele, o enxofre reflete a luz do sol e pode diminuir o impacto da luz solar sobre a humanidade. O único inconveniente é que, como no inferno, viveriamos literalmente sob um céu de enxofre.

De qualquer forma, inferno por inferno, acho que é melhor ficar por aqui mesmo. E... (reticências), de mais a mais, se o mundo acabar, quem sobrará para contar a história? As baratas? Ou talvez, também, com um pouco de sorte, se Deus quiser, um exemplar daquele pré-histórico boneco do Melocoton vermelho.

Sei lá...