Ácido Ameno

Sunday, October 25, 2009

HUNTER




Como recentemente dois amigos de profissão ("colegas de trabalho", para mim, é como o Silvio Santos se refere às velhinhas ululantes que habitam seu programa) confessaram (com as mãos sobre as sagradas escrituras) ter acessado meu blog, resolvi dar uma atualizada...Mas não tenho assunto. Então tá...

Na falta de um lide, fala-se sobre o nada. Sobre o trivial. O que pode ser trivial, mas interessante? Hummmm..... Ok. O livro que estou terminando de ler.... Hunter Thompson - O reino do medo. Aí entra minha velha e batida bronca com o jornalismo e com jornalistas. Como sou quase um anti-jornalista, anti-social e uma antítese das antíteses, pergunto: "Pq, ó meu dEUS, não se fala em Hunter Thompson nas faculdades de jornalismo? Eu não ouvi, e nunca vi os antenados, atualizados e não alienados comparsas de profissão citando o nome dele. Sabem, orgulhosos, quantos peidos o Sarney deu no Senado ontem, pq está no UOL, no AOL, no CQSabe (nome de motel) ou no portal IG. Mas não sabem que nos últimos 40 anos esse cara ajudou a mudar a cara do jornalismo e criou um estilo próprio: o jornalismo gonzo que, pela liberdade narrativa e pela pessoalidade ao narrar os fatos, permitindo ao repórter fazer parte da notícia e até inventar detalhes, criando um jornalismo romanceado, reinventou a linguagem, principalmente das longas matérias de revistas. Conviveu e foi amigo de personagens tão díspares quanto Thimoty Leary, Allen Ginsberg (Não conhece? Procura no Google, diria Christian Pior), Bob Dylan, Jack Nicholson e Johnny Deep. Mas aqui é quase desconhecido, pq nossos informados contadores de flatos estão mais preocupados com os problemas intestinais do Sarney.
Tudo bem....ele também anda meio desinformado do Brasil. Em algum momento do livro ele se refere ao Rio de Janeiro como capital do Brasil. Não por completa ignorância, pois morou no Rio durante os anos 60 que, na época, era realmente a capital do Brasil. O problema é que, embora tenha conhecido John Kennedy, pelo jeito, nunca ouviu falar do JK brasileiro. PAUSA - Até nisso somos sucursal.... Talvez nosso próximo presidente seja negro (já tivemos um, militar...), jogador de futebol, se bobear !!!!! RONALDO!!!!!!! Robinho pra presidente....Romário (Diz aí, peixe !!!) ou, psiu, não fale alto....pelé (esse pode gostar da idéia, ganhar e decretar a monarquia, dizendo que já é rei...).
Enfim... todos os jornalistas bem informados que conheço já leram e citam como seus livros de cabeceira "Rota 66" ou "O cidadão de papel", mas não conheço nenhum que tenha lido "Reino do medo" ou "Medo e delírio em Las Vegas". Tudo bem, o cara é gringo, gonzo e americano, ainda por cima. Mas aceitamos passivamente o Sérgio Dávila e o Diogo Mainardi discutindo o preço do Big Mac no Manhattan Connection, enquanto ignoramos um cara que ajudou a modernizar a linguagem jornalística dos últimos 40 anos, pelo New York Times, Playboy, Rolling Stones, etc...
Talvez seja ignorado pq não tinha uma conduta considerada exemplar. Chegou a ser preso seis vezes, em três meses, por excesso de velocidade, porte de drogas e embriaguês, além de ter trabalhado como gerente de put....."casa onde garotas bem pagas fazem um homem solteiro sorrir". Mas não justifica. Ou, talvez, seu jornalismo doidão seja sarcástico e esquisito demais para nossos sérios jornalistas engavetados e engravatados. Thompson já faz falta (se matou, com um tiro nos miolos, em 2005), mas seus livros estão aí, em qualquer livraria, para quem quiser "uma dose violenta de qualquer coisa",para citar Allen Ginsberg (procura no Google). Falando nisso, agora que me toquei....nunca li "Rota 66". Mancada....Mas também não sei quantos peidos anda dando o Sarney. Foda-se....



"Sou uma adolescente presa no corpo de um criminoso de carreira de 65 anos que já morreu 16 vezes. Aprendi alguns truques no caminho, alguma habilidades fortuitas e técnicas simples de evasão - mas acima de tudo foi sorte, acho, e uma atenção veemente ao carma, unidas ao meu
natural charme de mocinha" - Doc. Hunter

Sunday, October 04, 2009

BODE TRIUNFAL

(homenagem a Augusto Pessoa e Fernando dos Anjos, escrito ouvindo Diamanda Galás no youtube. Maria Callas tunada,,,ambas de origem grega, com nomes semelhantes e cantoras de ópera)

E a paixão, insolente, esvai...
Visto que é sonho e sombra.


E guarda, no peito, o sóbrio som do sol,
que brilha, sombrio, e então... se põe,
simplesmente,
porque tudo que brilha, tanto brilha quanto mente.

E a brilhante chama da paixão
que brilha no coração de quem chama
chama de incerto aquilo que sente
e sente que é incerto o que ama.

E se o que ama te diz que sente
a quente chama insolente da paixão
nega aquilo que sente e o nega
pois só te ama aquele a quem diz : “não”.


Então não pense que é o amor, semente
porque a semente é apenas o prelúdio do caixão
e se o que sente se ressente do futuro
é por que sente, desde já, precocemente,
a decrepitude volúvel da paixão
e uma intensa saudade insana do presente.